Rodrigo Lynce de Faria
"Viemos adorá-lo" (Mt 2, 2): eis o tema desta XX Jornada Mundial da Juventude. Na mensagem que nos escreveu, João Paulo II pedia-nos que fôssemos testemunhas valentes da Nova Evangelização.
A passagem do Evangelho que narra a adoração dos Magos (Mt 2, 1-12) termina dizendo que eles "regressaram à sua terra por outro caminho". Esta mudança de caminho pode simbolizar a conversão interior de cada um de nós, depois de encontrarmos Cristo na nossa vida. Também nós, jovens do mundo inteiro, devemos regressar de Colónia "por outro caminho". E essa mudança de caminho far-nos-á testemunhas autênticas da Nova Evangelização, homens e mulheres capazes de comunicar aos outros o amor de Jesus Cristo que levamos no coração.
Jesus veio à Terra para salvar todos sem excepção. Esta missão, que é sobretudo obra da graça de Deus, depende também da liberdade humana. Da nossa correspondência à graça depende a salvação das almas. Por isso, o apostolado cristão não é mera actividade exterior, mas expressão de identificação com Cristo que deseja que "todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade" (1 Tim 2, 4). É Jesus quem actua em e através de nós quando, livremente, deixamos que o faça.
O apostolado não procede de um entusiasmo superficial. Exige esforço da nossa parte, vencer a inércia e a languidez para falar de Deus aos outros. No entanto, é um termómetro do nosso amor: se O amarmos de verdade, falaremos d'Ele. E devemos fazê-lo com naturalidade, evitando formas de actuar estranhas ou um tom de voz artificial.
Ao mesmo tempo, pedimos a Deus que sejamos cristãos fortes, que não têm nenhum tipo de vergonha da sua fé e que sabem vencer a tentação dos respeitos humanos em todas as circunstâncias. "Não vos conformeis com a mentalidade deste mundo" (Rom 12, 2) diz-nos S. Paulo. Temos de procurar com sinceridade conhecer a vontade de Deus para cada um de nós e esforçar-nos por levá-la à prática.
O cristão não se pode esquecer que a doutrina que ensina não é dele, mas de Cristo. Por isso, temos que pedir sinceramente ao Senhor que não sejamos "falsos profetas", que proclamam uma mensagem própria, em vez de anunciar a mensagem de Jesus Cristo. Não nos esqueçamos do que diz S. Paulo na sua carta aos Gálatas: "Se procurasse agradar aos homens, não seria servo de Cristo" (Gal 1, 10).
"Não tenhais medo" dizia-nos tantas vezes João Paulo II. Não tenhamos medo a ser essas testemunhas autênticas da Nova Evangelização que a Igreja de hoje necessita; não tenhamos medo de assumir de um modo sério a nossa fé; não tenhamos medo àquilo que os outros dirão ou pensarão; a consequência desses medos é a descristianização da sociedade. Nossa Senhora, Rainha dos Apóstolos, ajudar-nos-á a fazer um apostolado constante ao longo da nossa vida, convencidos que sem Jesus Cristo a vida nesta Terra perde o seu sentido mais profundo.